Ainda que sempre haja um nível de contaminação do óleo industrial por água, há padrões que indicam os patamares de segurança para essa degradação.
Idealmente, o melhor é que não haja umidade alguma presente no óleo, o que é impraticável para a maioria das indústrias em razão dos tanques de armazenamento de lubrificantes serem sistemas abertos.
Veja no post a seguir o que é e quais os danos causados pela contaminação da água nos óleos lubrificantes industriais.
De onde vem a água no óleo?
A principal fonte de umidade é o ar atmosférico. Por essa razão, o armazenamento é uma das etapas mais importantes no cuidado com os óleos lubrificantes.
Mesmo em locais de baixa umidade relativa do ar, a água na forma de vapor pode ser atraída para a superfície do óleo exposto ao ar atmosférico.
Com isso, são formadas ligações fracas, já que a água e óleo têm polaridades diferentes. É por essa razão que água e óleo não se misturam de fato. No máximo, a água fica dissolvida no óleo, em pequenas proporções.
Por outro lado, em razão das diferentes propriedades de tensão superficial desses líquidos, a água pode ficar aprisionada no interior do óleo, formando pequenas bolhas. São essas bolhas de ar que podem ocasionar a cavitação, um gravíssimo problema em bombas hidráulicas.
Nesse sentido, os tipos de água no óleo são classificados em três, de acordo com a quantidade de água presente: emulsificado, dissolvido ou livre.
Em outras palavras, a concentração de água no óleo determina se sua presença será nociva ou não à qualidade do produto. A regra geral é que níveis superiores a 0,1% começam a ocasionar problemas.
De modo geral, as origens mais comuns da contaminação do óleo por água são:
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Entrada de umidade ou água através de respiradouros, filtros, selo ou cobertura no sistema. Para quem lida com tratores em campo, pode haver entrada de água da chuva nos canos de respiro ou descarga, por exemplo.
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Vazamentos em sistemas de refrigeração, tais como trocadores de calor e coolers. Certamente você já reparou que os aparelhos de ar condicionado mais antigos produzem gotas de água na saída dos motores. Se houver algum problema no sistema interno, essa água pode respingar e vazar para dentro do motor.
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Condensação em reservatórios ou sistemas de lubrificação, especialmente no caso de ficarem expostos ao ar com muita frequência.
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Umidade residual originada da lavagem do equipamento
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Entrada de água durante a coleta de amostras, a troca de óleo ou quando se realiza o preenchimento do tanque com óleo faltante. Neste caso, a contaminação pode ter sido originada por uso inadequado dos equipamentos ou falta de cuidado dos operadores.
Assim, podemos observar que grande parte da contaminação do óleo por água pode ser mitigada ou impedida adotando-se boas práticas de manutenção.
O que a contaminação do óleo por água pode causar?
Embora algum nível de contaminação do óleo por água seja previsto para todos os óleos, patamares acima do aceitável, que em geral é 0,1% acima do nível de solubilidade do óleo.
A presença da água no óleo aumenta muito os risos de ocorrências de danos, panes ou falhas catastróficas nos equipamentos. Ou seja, não apenas há um prejuízo financeiro e material como também agrava os riscos de acidentes de trabalho.
Há uma grande quantidade de problemas que podem ocorrer decorrentes da contaminação do óleo por água, tais como:
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Corrosão das partes metálicas e engrenagens do sistema;
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Aumento da contaminação biológica do óleo;
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Perda das propriedades lubrificantes;
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Sobreaquecimento do maquinário;
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Aumento do atrito;
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Oxidação no óleo.
Em acréscimo, a presença da água no óleo pode ocasionar a perda das propriedades físico-químicas desejáveis dos aditivos, que frequentemente são substâncias solúveis em água.
Inclusive, a perda das propriedades lubrificantes significa aumento do atrito entre as partes móveis das máquinas. Ou seja, contaminação do óleo por água pode ocasionar superaquecimento das máquinas.
Esse fenômeno não apenas desgasta mais os equipamentos e formação de partículas como também causa maior gasto de energia, impactando diretamente nos custos de produção.
Também, altos teores de água no óleo causam a perda da eficiência e vida útil de equipamentos industriais, principalmente se forem bombas hidráulicas.
O que fazer para mitigar o efeito contaminação do óleo por água?
Inicialmente, é possível detectar visualmente a contaminação por água no óleo avaliando se houve o aumento da turbidez do óleo: em geral, óleo contaminado por água se torna mais turvo do que o limpo.
Caso haja a desconfiança de contaminação por água no óleo, o próximo passo é confirmar a presença da mesma por meio do Teste de Teor de Água por Crepitação.
Porém, dependendo da importância do equipamento e do valor investido nos óleos em questão, é possível que sejam necessários testes mais refinados, tais como a Análise de Teor de Água por Karl Fischer ou teste por Destilação. Aliás, esses testes são regulamentados por normas (NBRs) específicas.
Assim, todas essas avaliações dependem da coleta de amostras representativas da situação do óleo em seu equipamento. Portanto, a amostragem deve ser realizada corretamente, para que o resultado final seja acurado.
Por fim, recomenda-se que seja estabelecida uma rotina de manutenção preventiva e preditiva nos equipamentos, incluindo-se análises periódicas de óleo. Isso porque a contaminação por água no óleo não apenas pode causar prejuízos financeiros e materiais como também paradas não programadas e aumentar o risco de acidentes de trabalho.
Destaca-se, principalmente, a importância do controle da umidade em produtos armazenados, que estão mais propensos a serem contaminados pela água atmosférica.
Porém, avaliar a presença da água no óleo é importante também no momento da chegada de novas cargas, com o intuito de avaliar e controlar a qualidade da cadeia de suprimentos. Neste caso, a contaminação por água pode significar que o óleo deve inclusive ser enviado de volta ao fornecedor.
De forma geral, óleo turvo indica contaminação por água. Caso o resultado retorne positivo, outras análises mais detalhadas precisarão ser feitas com o intuito de prevenir falhas, danos, panes e acidentes de trabalho que podem se originar da contaminação por água.
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