A constante busca por maiores lucros e o aumento da conscientização sobre as questões ambientais são os principais motivos que conduzem o setor industrial a investir cada vez mais na manutenção de ativos.
Dentro da manutenção de ativos, a manutenção preventiva conta com a lubrificação industrial como carro chefe na redução de custos emergenciais com reparos e substituições no maquinário.
Isto porque, quando realizada corretamente, a lubrificação reduz o atrito entre materiais e prolonga a vida útil de componentes, peças, equipamentos e máquinas industriais.
Nesse sentido, dada a importância e necessidade de controle e monitoramento, o plano de lubrificação industrial surge como ferramenta de auxílio ao gestor no planejamento e organização de produtos, prazos e atividades visando manter a eficiência da lubrificação industrial.
No post a seguir, saiba por que e como elaborar um plano de lubrificação.
Por que elaborar um plano de lubrificação industrial?
Dentro da rotina de atividades do complexo fabril, por não ser uma atividade constante e corriqueira, a manutenção preventiva muitas vezes é negligenciada.
Com isso, a falta de manutenção interfere negativamente em três indicadores extremamente importantes quando falamos em investimentos no patrimônio industrial e fluidez do processo produtivo. São eles:
- Confiabilidade: capacidade do item de desempenhar determinada função em condições específicas dentro de um período de tempo conhecido.
Ou seja, a confiabilidade se refere à probabilidade futura do item desempenhar sua função num intervalo de tempo.
- Disponibilidade: capacidade de um item estar apto a executar determinada função dentro de determinado intervalo de tempo.
Portanto, a disponibilidade é um indicador que retrata o item em sua condição resultante de eventos passados.
- Mantenabilidade: é a capacidade de um item se manter apto ou ser reabilitado a condições de exercer tal função em um determinado tempo com determinadas especificações.
Assim, a mantenabilidade faz inferência sobre passividade de manutenção do item em questão.
O plano de lubrificação industrial propicia ao gestor um melhor controle das atividades de manutenção da lubrificação que, ao reduzir o desgaste oriundo do atrito entre itens, tem papel crucial na melhoria dos indicadores citados acima proporcionando o aumento na produtividade, prolongamento da vida útil do maquinário e tendo grande impacto na redução de custos com reparos e reposições emergenciais.
Afinal, o que é um plano de lubrificação industrial?
O plano de lubrificação é uma ferramenta de manutenção industrial que, ao correlacionar as especificações dos itens passíveis de lubrificação com as especificações dos lubrificantes utilizados, permite o controle de equipamentos e produtos e o planejamento das atividades de lubrificação dentro da rotina da fábrica.
Desse modo, o plano de lubrificação é um documento que basicamente reuni informações (oriundas da interpretação de dados históricos) que irão determinar por que, como, onde e quando a lubrificação deverá ser realizada.
Por isso, é importante que a elaboração do plano de lubrificação industrial conte, sempre que possível, com a participação de um lubrificador industrial experiente e que tenha conhecimento e domínio das peculiaridades do maquinário do processo produtivo em questão.
Como elaborar um plano de lubrificação?
Uma lubrificação industrial eficiente é resultante da combinação de quatro variáveis: a aplicação do lubrificante correto, na quantidade correta, no local correto e no tempo correto.
Portanto, reunimos a seguir 5 passos para se elaborar um plano de lubrificação industrial que garanta uma lubrificação eficiente:
1. Levantamento de máquinas, conjuntos, equipamentos e componentes
Conhecer e compreender o complexo fabril de forma macro e micro é extremamente importante para a elaboração de um plano de lubrificação.
Isto porque, apesar de comumente dizermos que a lubrificação correta do maquinário é muito importante, é o mau funcionamento dos componentes que inviabiliza a linha de produção.
Portanto, o plano de lubrificação industrial deve levar em consideração e priorizar as especificações dos componentes lubrificáveis, como: tipo de material, tipo de superfície, grau de aquecimento, entre outras.
2. Identificação e classificação dos pontos de lubrificação
De modo geral, os manuais que acompanham as máquinas e equipamentos industriais já contam com especificações dos principais pontos de lubrificação e já trazem recomendações do tipo de lubrificante a ser utilizado, em qual quantidade e com qual freqüência.
Para que a lubrificação seja realmente aplicada sobre o ponto em questão, é aconselhável que essa seja realizada tendo como base também o desenho técnico do projeto do componente.
Após a identificação dos pontos de lubrificação, é importante que seja feita uma classificação prévia dos pontos de lubrificação quanto ao tipo de lubrificante a ser utilizado: se fluido de corte, graxas, óleos solúveis, lubrificantes sólidos, etc.
3. Escolha dos lubrificantes corretos
Unindo os dados fornecidos pelos passos 1 e 2, a escolha dos lubrificantes se torna mais objetiva e assertiva. Você já sabe o que lubrificar e aonde lubrificar!
Ao classificar e agrupar os componentes conforme suas demandas por determinados tipos de lubrificantes, conseguimos quantificar o montante necessário de cada tipo de lubrificante. O que permite ainda se optar por priorizar lubrificantes mais versáteis que atendam a uma gama maior de componentes lubrificáveis.
Entretanto, não há um lubrificante que se adéque a todos componentes. Portanto, respeite as especificações de cada componente da articulação em questão.
Vale sempre ressaltar que, não basta somente escolher o tipo de lubrificante correto, é necessário que esse lubrificante seja de qualidade e de origem confiável.
Por isso, procure sempre um fornecedor de lubrificantes que faça uso de matéria prima de qualidade, se preocupe com o meio ambiente e com a saúde das pessoas que irão utilizar o produto, além claro, de possuir um histórico confiável e boas recomendações.
4. Determinar a quantidade de lubrificante a ser aplicado
A quantidade de lubrificante a ser aplicado pode variar conforme: a finalidade do lubrificante (se de maior ação refrigerante ou lubrificante), as dimensões das peças e componentes envolvidos e, das propriedades físicas e químicas da substância lubrificante.
O grau de especificidade – para determinado componente, em determinadas situações por determinado tempo – da quantidade de lubrificante a torna muito complexa de ser calculada pelo comprador e/ou pelo aplicador.
Por este motivo, ao adquirir um lubrificante certifique-se de que com a substância vêm as recomendações de aplicação e quantidades de produto.
5. Determinar a freqüência de lubrificação e troca do lubrificante
Assim como a determinação da quantidade de lubrificante a ser aplicado, a freqüência de lubrificação e a eventual troca do lubrificante são extremamente específicas quanto à interação: componente x lubrificante.
Siga as recomendações do fabricante quanto à manutenção do lubrificante e fique atento aos parâmetros que servem de base para o monitoramento da qualidade do lubrificante – como: viscosidade e contaminação – e aos prazos estipulados pelo fabricante.
Quanto à troca do lubrificante, fique alerta aos sinais do maquinário como um todo: o surgimento de rangidos, estalos, super aquecimentos e super resfriamentos, ou ainda, vazamentos.
Tais anomalias reforçam a necessidade de acompanhamento constante das propriedades físicas e químicas do lubrificante e podem ser causadas pelo uso de lubrificantes inadequados e causar graves acidentes.
Nesse caso, recomenda-se a pausa da linha de produção para uma averiguação da saúde dos componentes e a troca imediata do lubrificante.
Dica: Mantenha seu plano de lubrificação industrial atualizado
Tão importante quanto elaborar um plano de lubrificação adequado é mantê-lo atualizado. A eficiência de um plano de lubrificação depende diretamente da correspondência com a real situação do complexo fabril, desde os componentes de peças passando pela linha de produção até a planta e a logística da fábrica.
Isto porque, o plano de lubrificação trabalha atrelando as especificações inerentes a cada produto e substância lubrificante às características de cada componente lubrificável.
Traduzindo em meios práticos: havendo qualquer alteração de peças ou componentes lubrificáveis, de produto lubrificante, de manutenção ou de rotina de controle, o plano de lubrificação deverá ser atualizado e, eventualmente, substituído.
Assim concluímos que, o plano de lubrificação é uma excelente ferramenta de gestão que, ao se manter atualizada, garante uma lubrificação eficiente que culmina no aumento do lucro graças ao aumento da produtividade e a redução de gastos emergenciais.
E, assim como para se desenvolver um novo modelo de determinada ferramenta, a elaboração de um plano de lubrificação demanda conhecimento teórico e prático, bem como, constante controle e eventuais ajustes e calibragens para se manter eficiente.
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Agora que você sabe por onde começar a elaborar um plano de lubrificação, conheça mais sobre o universo da lubrificação e lendo também: 5 dicas para uma lubrificação industrial eficiente.