A contaminação biológica do óleo solúvel é apontada como uma das principais causas de problemas em máquinas de usinagem. Especialmente no caso de máquinas CNC, a contaminação do óleo pode ter efeitos catastróficos, tais como oxidação, mau acabamento, cheiro forte ou cavitação nas bombas.
A adoção de boas práticas de higiene e escolha de óleos solúveis de qualidade, ajudam a minimizar ou eliminar os problemas.
Já os fluidos de corte e óleos usados nas industrias metalúrgicas podem perder vida útil e qualidade por causa da contaminação por bactérias e fungos. Além disso, a contaminação biológica pode se tornar um risco à saúde dos trabalhadores.
Grande parte da contaminação do óleo solúvel se dá em função do manejo incorreto dos produtos, tanto no momento das trocas e manutenções quanto na rotina diária. A própria composição do produto também pode favorecer a proliferação de microorganismos.
Veja no post tudo o que você precisa conhecer sobre contaminação do óleo solúvel, como evitá-la e como remediá-la.
O que é a contaminação biológica do óleo solúvel
A contaminação do óleo solúvel por microorganismos é a formação de colônias de bactérias ou de fungos no fluido em emulsão. Quando isso ocorre, a matéria biológica produzida pode se tornar um problema nos óleos de usinagem, causando entupimento de filtros, perda da qualidade do produto final e insalubridade no ambiente de trabalho.
Os óleos minerais, quando emulsionados com materiais tais como sabões de sulfonato de petróleo e ácidos graxos, são chamados de óleos solúveis. Esses fluidos, ao serem misturados à água, formam emulsões estáveis que são usadas como refrigerantes e lubrificantes para perfuração, corte, serra, plaina, mandrilhamento, rosqueamento de metais, e etc.
Além do agente emulsificante, o óleo solúvel pode conter também óleos graxos, bactericidas, fungicidas e estabilizadores de emulsão. Os óleos providos pela Biolub são estéreis, mas quando são misturados à água nas oficinas e no chão de fábrica de forma incorreta, podem se contaminar, acarretando o crescimento microbiano.
Elementos presentes no ambiente de trabalho, tais como contaminantes microbiológicos do solo, restos de varrição, ar, água dos rios e coliformes fecais crescem rapidamente nessas emulsões.
Os principais tipos de bactérias que causam esse tipo de problema hoje são as SRB (Bactérias Redutoras de Sulfato), APB (Bactérias Produtoras de Ácidos) e as GAB (Bactérias Aeróbicas em Geral). Os microorganismos SRB e APB são anaeróbios, ou seja, se reproduzem na ausência de oxigênio.
Que danos a contaminação biológica do óleo solúvel causa
A contaminação por bactérias na indústria do petróleo é conhecida desde a década de 1970, mas tem se tornado um problema cada vez mais grave e caro de resolver. As colônias de microorganismos, uma vez estabelecidas, produzem biomassa, que formam películas capazes de flutuar sobre a superfície do óleo solúvel.
Esses filmes biológicos circulam ao longo do sistema de lubrificação e hidráulico, entupindo sistemas de controle, degradando a qualidade e o desempenho do óleo e produzindo subprodutos corrosivos que podem danificar as peças e superfícies metálicas da máquina.
Em acréscimo, algumas dessas bactérias têm alto potencial patogênico – isto é, de causar doenças – além de provocarem maus odores nos óleos. Entre esses microorganismos nocivos estão as bactérias causadoras de pneumonia e de diarréia.
Óleos hidráulicos e de barramento podem contaminar o óleo solúvel de corte, e quando isso acontece, forma-se uma camada superficial na emulsão dificultando a “respiração” e oxigenação da solução, propiciando a proliferação de fungos e bactérias anaeróbias.
Esse tipo de problema é bastante comum em linhas de produção de papel e celulose também, devido à presença de amidos e açúcares na matéria prima.
Como evitar a contaminação biológica do óleo solúvel de usinagem
De modo geral, qualquer organismo vivo precisa de água e matéria orgânica para poder sobreviver. Assim, as principais causas da proliferação de contaminantes é a falta de higiene na linha de produção e a falta de cuidado no momento das trocas.
Portanto, a higiene do ambiente de trabalho é essencial para assegurar que microorganismos causadores de doença não proliferem na emulsão do óleo solúvel. Além da higiene pessoal dos trabalhadores, as máquinas devem ser lavadas periodicamente, assim como o chão-de-fábrica, os equipamentos de proteção individual (EPIs) e os instrumentos de trabalho.
Os restos de usinagem devem ser destinados corretamente, retirando-os da superfície da máquina operatriz. Com isso, evita-se também o risco de contaminação por partículas. O ambiente deve ser mantido organizado e limpo para evitar a contaminação cruzada pela mistura de óleos por engano.
Caso seja feita uma varrição, esta deve ser feita com cuidado, pois a poeira levantada pode contaminar os óleos e trazer problemas de saúde aos trabalhadores.
Sistemas estagnados ou fluxos parados também favorecem a propagação de microorganismos. Para evitar este problema, mantenha o sistema de circulação do óleo em funcionamento constante, mesmo que a máquina esteja fora de operação.
Verifique, também, a concentração do óleo solúvel de usinagem no equipamento. Quantidades baixas de lubrificante indicam menores concentrações de bactericidas e fungicidas no sistema, o que pode favorecer a proliferação de microorganismos.
Os sintomas da presença da contaminação por bactérias e fungos são o mau cheiro e a alteração da coloração do óleo. No caso do fungos, placas esbranquiçadas e gosmentas se formam. Quando os fungos morrem, essa placas podem ficar visíveis a olho nu, flutuando sobre a superfície do óleo.
Deste modo, a instalação de filtros de óleo ao longo da linha de produção e do circuito hidráulico é uma das estratégias mais adotadas para evitar os danos da contaminação biológica do óleo solúvel.
A presença da contaminação do óleo solúvel por micróbios pode ser preliminarmente detectada pelo cheiro e pela aparição de filmes biológicos e formação de lodo nos filtros. No entanto, a confirmação da contaminação só pode ser feita por meio de análise do óleo.
Caso você desconfie que este problema esteja ocorrendo em suas máquinas, solicite uma análise de contaminação biológica na próxima coleta de amostras de óleo da manutenção.
Portanto, a contaminação do óleo solúvel pode ser evitada por meio da adoção de boas práticas de manutenção, tais como análises de óleo periódicas e uma boa higiene dos equipamentos, assim como a escolha de óleos solúveis que apresentem boa bioestabilidade.
Agora que você ja sabe sobre a contaminação do óleo solúvel, saiba como escolher o melhor óleo solúvel para usinagem em nosso blog.