Os óleos protetivos temporários são fundamentais para evitar a oxidação e a corrosão em peças metálicas, tanto no transporte quanto no armazenamento. Além disso, esses produtos podem ajudar a reduzir a velocidade da degradação por corrosão em partes metálicas já oxidadas.
A perda de materiais por corrosão é um dos principais problemas enfrentados pela indústria mundial. Assim, fica evidente o papel essencial dos óleos protetivos temporários para reduzir as perdas e prejuízos. No entanto, como saber se o fluido escolhido é de boa qualidade?
Para isso, existe o teste salt spray (ou névoa salina), que é um ensaio normatizado cuja finalidade é informar sobre a capacidade de óleos protetivos temporários serem capazes de resistir à degradação e proteger a peça metálica.
Veja no post a seguir o que é o teste salt spray e como utilizá-lo para saber a qualidade do óleo de proteção escolhido.
O que é o teste salt spray
O teste salt spray (névoa salina) é um teste de corrosão padronizado muito popular na indústria. É utilizado para determinar a resistência de materiais e camadas protetivas à degradação oxidativa. Em geral, os materiais testados são metálicos, mas podem ser outros, tais como polímeros, cerâmica e pedra.
O teste de névoa salina é um teste de corrosão acelerada, que produz um ataque corrosivo a amostras recobertas com óleos protetivos temporários ou outros tratamentos anticorrosivos. Em geral, a avaliação da aptidão de um produto protetivo é feita de maneira comparativa.
O surgimento de produtos da corrosão (ferrugem ou outros óxidos) é avaliada após um dado período de tempo. A duração do teste irá depender da capacidade dos óleos protetivos temporários resistirem à oxidação. De maneira geral, quanto mais tempo o material resistir ao teste de névoa salina, mais resistente à oxidação e à corrosão ele é.
O teste salt spray é regulado pelas normas ASTM B117, ISO 9227, JIS Z 2371 e ASTM G85 e é um dos mais difundidos na indústria para a avaliação da qualidade dos óleos protetivos temporários.
Ele é utilizado, também, para a avaliação da uniformidade da porosidade e da espessura de superfícies. Neste caso, o teste é usado para a realização de avaliação da superfície e entre lotes diferentes de um mesmo produto.
Como é feito o teste de névoa salina
Para a realização do teste salt spray, uma solução de cloreto de sódio em água é inserida em um dispositivo capaz de produzir uma névoa por meio do uso de ar comprimido. A solução é pulverizada, caindo sobre as amostras por gravidade.
O que provoca a corrosão em substratos metálicos é a presença dos eletrólitos, já que o pH dessa solução é próximo de 7,0.
Câmara de névoa salina. Fonte: wikipedia
O teste de salt spray pode ser dos tipos:
Névoa salina acética: utilizado para avaliar a qualidade de revestimentos orgânicos e inorgânicos, especialmente em peças decorativas protegidas com ligas de cobre-níquel-cromo, cádmio sobre zinco ou aço e níquel-cromo.
Névoa salina cuproacética (CASS): semelhante ao de névoa salina acética, porém mais rápido. Pode ser aplicado também em alumínio anodizado, fosfatizado ou cromado.
Névoa salina modificada: há várias adaptações do teste salt spray para cada perfil de indústria a ser avaliado. Para metais ferrosos e não ferrosos e revestimentos orgânicos e inorgânicos, utilizam-se os testes:
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névoa salina acidificada com água do mar sintética;
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cíclico de névoa eletrolítica e secagem;
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cíclico com névoa salina acidificada;
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cíclico de névoa salina com SO2.
Como o teste salt spray avalia a qualidade de óleos protetivos temporários
Para se realizar o teste de qualidade dos óleos protetivos temporários, são realizadas adaptações ao ensaio de névoa salina. Neste caso, várias amostras de superfícies metálicas são revestidas com o fluido protetivo a ser testado. É comum que sejam testados diferentes óleos protetivos numa mesma amostra.
Porém, nem sempre essa comparação é adequada. O teste de salt spray é recomendado como um teste rápido para a avaliação da qualidade do fluido protetivo e da uniformidade da superfície. Isto porque os testes de névoa salina são padronizados.
Isto é, são realizados sob condições controladas que podem ser muito diferentes da situação encontrada em campo, o que pode levar a resultados não representativos da realidade.
O desempenho de um óleo protetivo anticorrosivo é influenciado por vários fatores, tais como a natureza do veículo utilizado, o tipo de metal ou liga a ser protegido, o ambiente a que o material está exposto, a espessura da camada protetiva e as condições de aplicação.
Já sua durabilidade depende da natureza, da composição e da espessura da camada protetiva; do tipo e da preparação do substrato e o método usado para sua aplicação. O fluido protetivo é afetado também pela exposição ao ambiente (oxigênio, umidade, temperatura, contaminantes ambientais, radiação solar, quantidade de chuva, velocidade e direção do vento.
O óleo protetivo pode ser de vários tipos: desaguante, secativo ou aquoso. Os óleos protetivos temporários desaguantes são capazes de repelir água da superfície a ser protegida, prevenindo a oxidação do material ao evitar seu contato com a umidade atmosférica.
Suas indicações bem como suas características de durabilidade e resistência ao teste salt spray também estão associadas à sua formulação, às características da superfície a ser protegida, ao ambiente e às técnicas de aplicação do produto.
Em geral, fluidos desaguantes protetivos são usados em materiais usinados já finalizados, protegendo-os da oxidação quando estes são armazenados ou transportados. Neste caso, o teste salt spray irá fornecer uma informação complementar às propriedades físico-químicas do produto, informando quanto à capacidade do óleo protetivo temporário de resistir a condições extremas de oxidação.
Portanto, o teste salt spray é um elemento de suporte à decisão na escolha do protetivo, porém deve ser avaliado em conjunto com outras informações. Protetivos desaguantes são recomendados para peças usinadas finalizadas ou durante o processo de usinagem que passarão por etapas de armazenamento.
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