O óleo protetivo é chave para assegurar a durabilidade do maquinário, já que a corrosão custa bilhões de dólares às indústrias a cada ano. Especialmente no caso de máquinas paradas e peças armazenadas, a corrosão é o maior inimigo, e preservar as peças estocadas é uma corrida contra o tempo.
Por outro lado, a escolha inadequada deste fluido pode também causar prejuízos à empresa, tanto na forma de perdas materiais quanto de acidentes de trabalho. Dessa forma, informar-se sobre qual o tipo mais adequado para cada situação é crucial para assegurar a preservação de peças usinadas e máquinas descomissionadas.
Os óleos protetivos, semelhantemente a outros fluidos industriais, têm propriedades diferentes conforme o tipo de base com que é produzido e seus aditivos. Alguns protetivos têm solventes capazes de evaporar, deixando atrás de si uma película protetora geralmente hidrofóbica, afastando a umidade que pode oxidar as peças metálicas.
Veja em nosso post a seguir como determinar qual é o melhor óleo protetivo para cada situação.
Determine a finalidade do uso do óleo protetivo
O óleo protetivo tem propriedades diferentes. Dessa forma, é importante averiguar onde ele será aplicado. De modo geral, o óleo é usado no transporte de peças usinadas para evitar sua degradação no caminho ou na estocagem dessas peças, seja para uso posterior ou entre as diferentes fases da produção.
Semelhantemente, máquinas desligadas por um período indeterminado ficam expostas à oxidação e precisam ser protegidas da degradação. Por fim, máquinas em uso podem requerer proteção extra em determinadas partes. Para cada caso, um tipo específico de óleo protetivo deve ser escolhido.
Note que é comum que partes de motores e peças usinadas sejam compostas de mais de um material, tais como plásticos, ligas de cobre ou alumínio e outros metais não-ferrosos. Dessa forma, é importante observar se algum componente do óleo protetivo não irá degradar essas partes antes de escolhê-lo.
Verifique as propriedades físico-químicas de cada óleo protetivo
Óleos protetivos (preventivos) são lubrificantes capazes de prover proteção temporária a objetos metálicos contra a oxidação causada pela umidade, contaminantes e atmosfera quimicamente ativa. Para isso, esses óleos formam um filme protetor na superfície das peças metálicas. O que garante a proteção é a presença de inibidores de corrosão – ou aditivos.
Esses inibidores são moléculas polares que contêm propriedades repelentes de água. As moléculas inibidoras absorvem na superfície metálica, formando um filme que protege a peça do ataque do oxigênio, água e outras substâncias quimicamente ativas.
Os aditivos que atuam como inibidores de corrosão são:
- Derivados de aminoácidos.
- Compostos alcalinos;
- Ácidos orgânicos;
- Ésteres;
Assim, você deve verificar o pacote de aditivos presente no óleo protetivo para determinar se eles contêm as propriedades necessárias para o caso de suas máquinas. Outra propriedade muito importante é o ponto de fulgor (PF).
O óleo protetivo que tiver PF igual a 40ºC é inflamável. Já o óleo protetivo com PF maior que 60ºC é considerado não-inflamável. Essa informação é especialmente relevante no caso do transporte ou armazenamento em locais onde o clima conta com temperaturas elevadas.
Neste caso, deve-se observar se as condições de estocagem estão adequadas – com controle da temperatura ambiente, por exemplo – para evitar acidentes de trabalho. Em quaisquer situações, a qualidade do óleo é fundamental para assegurar que a vida útil das peças protegidas seja mantida.
Avalie o benefício custo do óleo protetivo
No momento da escolha dos óleos protetivos, não apenas seu preço deve ser avaliado, mas também sua qualidade. Nem sempre o produto mais barato é o que terá menos custos no médio e longo prazos. A decisão deve levar em conta o período de armazenamento e a relevância da peça no contexto produtivo.
O custo de produção da peça também deve ser levado em conta no momento da escolha do óleo protetivo. De nada adianta investir em uma linha de produção excelente se as peças produzidas irão ser armazenadas em ambiente nocivo ou sem os devidos cuidados.
Em outras palavras, deve-se avaliar qual é o prejuízo com a perda de material já usinado ou de máquinas que podem ser utilizadas novamente para decidir qual óleo protetivo escolher.
Lembre-se de que o óleo protetivo é chamado de temporário por uma razão
O óleo protetivo temporário foi desenvolvido para proteger as peças da corrosão em situações transitórias. Seja entre etapas diferentes da produção ou no transporte para o consumidor final, a proteção do óleo protetivo tem um prazo de validade. Também, as peças têm valores normatizados para proteção temporária necessária.
Essa norma (ABNT 8094: 1983) prescreve o método para execução de ensaios de exposição à névoa salina (salt spray), em materiais metálicos revestidos e não revestidos. Isto é, cria artificialmente uma atmosfera quimicamente ativa que determina o tempo que um material leva para ser corroído por tal névoa salina, com ou sem a presença de óleo protetivo.
O índice obtido nessa norma – número de horas névoa salina – indica a capacidade de proteção anticorrosiva do óleo protetivo. No entanto, o número de horas de salt spray precisa ser analisado com cuidado. Normalmente, utilizam-se óleos protetivos com salt spray de 24, 48 e 96 horas. Em casos de atmosferas mais extremas e necessidade de maior tempo de proteção, óleos protetivos temporários com mais de 240 horas de salt spray são utilizados.
Nem sempre será possível extrapolar esses valores em todos os casos, já que as peças metálicas a serem protegidas estarão expostas a outros ambientes (industrial, marítimo, entre outros) e a capacidade de resistência dos materiais à corrosão depende fortemente do ambiente onde estão localizados.
Portanto, é fundamental controlar os períodos de exposição das peças aos ambientes hostis, em como realizar a manutenção e reaplicação do óleo protetivo periodicamente.
Assim, escolher o óleo protetivo ideal requer a avaliação cuidadosa de diversos fatores, que variam conforme o perfil de sua indústria e do orçamento disponível. O teste de névoa salina indica a capacidade de proteção anticorrosiva do óleo protetivo, mas outros fatores precisam ser analisados antes da decisão final.
Quer saber mais sobre como proteger suas peças usinadas da degradação? Leia mais em nosso artigo 4 dicas sobre fluidos para evitar a oxidação.